domingo, 26 de agosto de 2012

Ministério da Educação não recomenda a aprovação automática

21/07/2012 06h10- Atualizado em 21/07/2012 06h15

Secretário de Educação Básica ressalta a importância da progressão continuada, mas isso não significa passar de ano direto sem avaliação

 
Embora as escolas públicas tenham autonomia em relação à proposta pedagógica, o Ministério da Educação (MEC) orienta que os alunos não sejam reprovados durante os três primeiros anos do Ensino Fundamental, o chamado ciclo de alfabetização. "Mas a não reprovação durante o ciclo básico não deve ser confundida com aprovação automática dos alunos", explica o professor Cesar Callegari, secretário de Educação Básica e integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Cesar Callegari - CNE (Foto: Gilmar Guedes - Divulgação)
Secretário de Educação Básica Cesar Callegari
(Foto: Gilmar Guedes / Divulgação)
“Existe recomendação expressa do MEC e dos conselhos de educação para que não se adote a aprovação automática, que é uma distorção da ideia de progressão continuada. Tivemos notícias que alguns sistemas de ensino se aproveitaram dessa distorção para desovar alguns bolsões de repetentes. Combatemos a ideia da aprovação automática porque ela é um descompromisso efetivo com a aprendizagem, eximindo o aluno e o professor da responsabilidade. Esse sistema não avalia, não orienta e não cobra. Na progressão continuada, a criança é avaliada de forma permanente e formativa”, explica o professor.
Os índices de reprovação no Ensino Fundamental caíram de 10,3% para 9,6%, entre 2010 e 2011, mas a taxa de reprovação no Ensino Médio voltou a subir no ano passado e bateu recorde, atingindo 13,1%, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) em maio de 2012. A professora Rose Neubauer, ex-secretária de Educação do Estado de São Paulo e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), aposta na educação integral como alternativa para ajudar os alunos.
“Em outros países os alunos ficam oito horas na escola e podem fazer aula de reforço. A Educação Básica brasileira ainda não leva a sério as medidas de recuperação. É melhor a criança ir para a escola fazer aula de recuperação do que ser taxada de fracassada. Temos um histórico de acreditar em métodos milagrosos para resolver os problemas. Não existe mágica, a criança precisa aprender, tem capacidade para isso e professores capacitados devem ajudá-la”, ressalta.
Professora Clelia Brandão Lei da Música nas escolas (Foto: Divulgação)
Professora Clélia Brandão, do curso de Pedagogia
da PUC-GO (Foto: Divulgação)
De acordo com a professora Clélia Brandão, que dá aula no curso de Pedagogia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC - GO) e é ex-integrante do CNE, a escola brasileira precisa se renovar.
“As instituições não estão preparadas para receber as classes populares, ainda são muito elitizadas. Hoje o sistema escolar inclui, mas, de que forma ele faz isso? A ideia de que todo mundo aprende a mesma coisa ao mesmo tempo já está ultrapassada. A progressão continuada pressupõe uma avaliação contínua que não tem nada a ver com aprovação automática. É preciso planejamento para adotar os ciclos de aprendizagem, pois eles mudam a forma de ensinar e avaliar. No sistema de ciclos, o professor tem mais tempo de conhecer o aluno e entender suas necessidades, por isso, é mais recomendado por especialistas”, completa Clélia.http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2012/07/ministerio-da-educacao-nao-recomenda-aprovacao-automatica.html

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