Para Karima Esmail, discalculia deve ser diagnosticada na infância.
Distúrbio neurológico prejudica a aprendizado em matemática.
A britânica Karima Esmail estuda a discalculia
(Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Tão importante quanto aprender a ler e escrever no idioma nativo, a alfabetização matemática pode influir na autoestima da criança e ajudá-la no desenvolvimento escolar e na integração social, diz Karima. Professora universitária formada em engenharia química, começou a pesquisar as dificuldades de aprendizagem ao se envolver nos estudos dos próprios filhos.
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"Sou uma mãe ambiciosa", explicou ela, que ajudou sua filha a se preparar para um exame de avaliação aplicado em todas as crianças do país na idade de 7 anos. "Muitas vezes os professores não têm como pegar exatamente onde o aluno tem dificuldade", afirmou. "Quando se descobre em que área ele vai pior, espera-se que ele recupere o atraso de vários anos."Ela estima que, no Reino Unido, em média duas crianças por sala de aula sofram de dificuldades agudas em matemática. Na população total do país, 6% teriam um distúrbio conhecido como discalculia, que pode ser adquirida ou relacionada ao desenvolvimento. Quem sofre do distúrbio tem, entre outros, problemas com a conservação da memória matemática, reconhecimento dos valores das moedas e a diferenciação entre significados e medidas.
Um exemplo a comparação entre um bloco grande com o dígito 2 escrito ao lado de outro pequeno com o dígito 8 escrito. Ao ser perguntado sobre qual número é maior, quem tem esse sintoma vai apontar para o 2. Ao todo, a pesquisadora identificou 27 sintomas de dificuldades na aprendizagem, incluindo a ansiedade que faz com que o aluno tenha pouca confiança em si.
Exercício de software para ajudar crianças com dificuldades (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)
Tecnologias aplicadas na sala de aula podem ajudar a contornar as dificuldades dos estudantes com desempenho abaixo da média. Karima lançou, em 2008, o programa Dynamo Math, que auxilia professores com planos de aula, jogos interativos e exercícios de reforço e avaliação abordando módulos específicos dos conteúdos mais básicos do currículo escolar britânico. Com 240 módulos de aulas individuais com 15 minutos de duração, o programa, em fase de tradução para o português, pode ser usado em crianças nos primeiros anos do ensino básico, inclusive alunos com necessidades especiais como o autismo.
Para ela, o esforço de diagnosticar e avaliar casos de dificuldade de aprendizagem deve ser conjunto entre pais e professores, e a intervenção deve ser individualizada. "É preciso tentar de todas as formas acender as conexões neurais. Todas as crianças devem saber somar. A questão é identificar as dificuldades e enfrentar o problema para cortá-lo na raiz", afirma Karima. A pesquisadora está no Brasil a convite do Instituto ABCD e do Instituto Cefac. Ela deu uma palestra na quinta-feira (30) para professores e gestores escolares no Cefac, e participará neste sábado (1º) do Congresso Internacional da Saúde da Criança e o Adolescente, em São Paulo.
Fonte:http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2012/08/prevencao-de-disturbio-ajuda-na-alfabetizacao-matematica-diz-britanica.html
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