terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Entrevista: Dr. Gustavo Teixeira Médico Psiquiatra Infantil

O ano letivo está começado e esse é um ano de grandes expectativas para muita gente, não é verdade? Carnaval já passou e o ano definitivamente começa. Professores, pais, alunos querem rever os amigos, conhecer gente nova, entre outros...
Ao mesmo tempo, esse é um período de grande sofrimento e que pode causar danos irreparáveis em certas pessoas. Estamos falado do aluno que sofre bullying. Conforme o Dr. Gustavo Teixeira nos disse em entrevista, seu filho poderá estar sofrendo muito nesse período, pois é um período em que a ansiedade aumenta muito e sintomas depressivos podem aparecer, por isso, aproveitamos esse momento para conversar com o Dr. Gustavo que nos deixou algumas dicas e esclareceu algumas dúvidas.

NMNL - Início de ano e casos de Bullying, infelizmente, vão se repetir. O que a escola e a família podem fazer,nesse período, para que essa situação seja ao menos amenizada?
GT - O primeiro passo é conhecer o problema. Por isso luto pela divulgação de material psicoeducativo para pais e professores. Precisamos conhecer o comportamento bullying, suas causas, características, consequencias. O segundo passo é realizar um verdadeiro casamento entre a escola e a família! Esse canal de comunicação entre escola e família deve existir sempre e será fundamental para trabalhar por um clima escolar positivo para alunos, professores, funcionários e pais de alunos!

NMNL - Como o aluno que sofre bullying se sente neste período antes de começar o ano letivo?
Dr. GT - A ansiedade aumenta muito, algumas crianças podem se mostrar resistentes para o retorno às aulas, sintomas depresivos podem aparecer também.

NMNL - Como evitar que esse jovem que sofre bullying não fique com traumas?
Dr. GT - Será necessário trabalhar para interromper essa violência! O comportamento bullying deve ser identificado e trabalhado para que não mais se repita.

NMNL - Na mídia os casos de bullying têm aparecido com mais freqüência. Tem aumentado os casos de bullying no Brasil? Existe alguma pesquisa?
Dr. GT - Não, os casos de bullying não estão aumentando. Desde a década de 1970, diversos estudos internacionais relatam a incidência do comportamento bullying em todo o mundo e existe uma flutuação normal desses indices. Acontece que hoje estamos mais atentos e mais habilidosos na identificação dos casos de bullying. Desta forma, identificamos com mais frequência.

No caso de cyberbullying, sim, existe um aumento assustador. Isso se deve ao fato que atualmente é muito fácil o acesso à câmeras de video, computador, internet. Essa nova linguagem de comunicação tem facilitado e aumentado os casos de bullying cibernético através de salas de bate papo virtual, fóruns de discussões, e-mails, videos, fotos, etc.

NMNL - O aluno que reclama para os coordenadores escolares ou para os pais que sofre bullying e, não recebe a atenção necessária, o que deve fazer?
Dr. GT - Busque ajuda e insista no diálogo com a coordenação escolar e com os pais ou responsáveis.

NMNL - Uma lei no estado americano doTenesse pretende liberar o bullying homofóbico quando a crítica for baseada em argumentos bíblicos. Como o senhor vê essa situação?
Dr. GT - Desconheço essa lei e acredito que dificilmente será oficializada. Na verdade, o governo federal dos Estados Unidos tem trabalhado muito no combate ao bullying, assim como os governos de diversos estados americanos que estão sancionando leis antibullying nesses últimos anos. Informações sobre a lei você pode ler aqui.

NMNL - Qual a sua avaliação do caso“Casey Heynes” que sofreu bullying desde os 3 anos e foi, considerado pormuitos, um herói?
Dr. GT - Foi um caso raro, em que uma vítima de bullying conseguiu "dar a volta por cima". O exemplo de Casey Heynes nos mostra que o bullying é uma violência psicológica e física com consequencias devastadoras. Saiba mais sobre o caso Heynes neste vídeo, clique aqui.

NMNL - O que amigos de jovens e crianças que sofrem bullying, mas não procuram ajuda devem fazer?
Dr. GT - A solução do problema está no diálogo com pais e escola. Dificilmente esse jovem que sofre bullying conseguirá enfrentar e vencer esse problema sozinho. A família e a escola precisam intervir juntos. Esse foi o que me levou à escrever MANUAL ANTIBULLYING (Ed. Best Seller), um guia para pais, professores e alunos com técnicas eficientes para previnir e combater essa violência!!!

NMNL - Como os pais podem perceber se seu filho é alvo de bullying?
Dr. GT - Se seu filho ou aluno apresenta algumas dessas características, isso não significaque ele esteja envolvido com o bullying, entretanto demonstra um perfil comportamental que merece atenção. Portanto, prestem atenção à essas pistas:
Apresenta poucos amigos. Passa o recreio escolar sozinho. Não possui nenhum melhor amigo. Chega em casa chorando, sem explicar o motivo. Apresenta medo de ir à escola. Chega em casa com o material escolar rasgado ou destruído. Tem o dinheiro ou outros pertences pessoais roubado repetidamente. Evita atividades escolares como grupos de estudo, passeios ou atividades esportivas. É xingado, ridicularizado ou recebe apelidos pejorativos dos colegas de sala. É intimidado, humilhado ou ameaçado por colegas de sala.
Apresenta machucados, arranhões, roupas rasgadas, manchadas de giz ou riscadas de caneta constantemente e sem uma explicação lógica para tal. É agredido fisicamente, entretanto não é capaz de se defender. Está envolvido em brigas, levando sempre a pior. É excluído das brincadeiras ou dos esportes. Normalmente é o último atleta a ser escolhido nos times da educação física. Apresenta uma queda no rendimento acadêmico. Parece estar sempre infeliz, triste e desmotivado na escola. Fica inseguro nos momentos que antecede sua ida à escola. Prefere a companhia de adultos no recreio escolar.
NMNL - A criança ou jovem que pratica o bullying para com esse comportamento depois da escola ou pode usar tais práticas na vida adulta? Já vi algumas pessoas dizerem que isso é coisa de criança. Bullying é coisa de estudante?
Dr. GT - NÃO, os estudos científicos nos mostram que o padrão de comportamento na infância, tende à perpetuar na adolescência e na idade adulta. Autores de bullying na escola, frequentemente repetem esse comportamento na faculdade e no ambiente de trabalho, sendo autores do chamado "assédio moral no trabalho".

NMNL - Como resultado das suas pesquisaso senhor desenvolveu o Programa Antibullying que contem 20 estratégias para serimplantadas nas escolas. Como tem se desenvolvido esse programa nas escolas brasileiras?
Dr. GT - Tenho recebido retornos muito positivos de professores de todo o Brasil que estão aplicando o MANUAL ANTIBULLYING (Ed. best Seller) em suas escolas, os casos de bullying estão diminuindo nessas instituições de ensino! Outro dado importante é que a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro está adotando o livro em suas mais de 1.000 escolas.

SEMPRE NA LUTA POR SAÚDE MENTAL NAS ESCOLAS!!!


Dr. Gustavo Teixeira é Médico Psiquiatra e autor do livro "Manual Antibullying para alunos, pais e professores" pela Editora Best Seller. Conheça o livro aqui.
Site Oficial: http://www.comportamentoinfantil.com/

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

FIM DO ANO LETIVO, MAS NÃO DO TDAH

Para muitos pais o ano letivo se encerra e com ele todas as preocupações escolares, mesmo que por tempo determinado. Entretanto, apesar das merecidas e necessárias férias é preciso que se tenha em mente que o ano finda, mas o TDAH não. 

Uma das atitudes tomadas pelos pais no período de férias é suspender por conta própria o uso de medicamentos como a Ritalina, por considerarem que não há necessidade se a criança não está estudando. Pois bem, medicamentos devem ser tomados seguindo as orientações médicas e assim como sua suspensão. A retirada brusca pode causar problemas e alterar muito o comportamento. 

É importante desenvolver atividades que estimulem a concentração como a realização de atividades físicas. Então, ande de bicicleta com seu filho, nade, jogue bola. Movimente-se e estimule-o. 

Aproveite que as férias permite mais tempo livre dele para fazerem programas juntos no seu tempo livre. Compre jogos que possam ser usados pela família, Crie um espaço de integração. 

Na correria do dia-a-dia as vezes é muito complicado equilibrar a alimentação, desse modo aproveite as férias para tentar inserir hábitos mais saudáveis. 

Faça as consultas de rotina, aproveite para reavaliar a situação, ou seja, retorne com os profissionais que acompanham a criança, converse como foi o ano letivo e veja quais as indicações para o ano seguinte. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

TDAH: Saiba identificar se seu filho sofre dessa doença

Inquietação, questionamento excessivo, dificuldade na escola e falta de paciência podem indicar que a criança está sofrendo
Marsílea Gombata, do R7
 
 
Inquietação, questionamento excessivo, dificuldade de prestar atenção na aula, distrair-se facilmente e ficar disperso quando o professor explica a matéria. Pouca paciência para estudar, capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo e dificuldade de terminá-las. São características comuns, mas que podem esconder uma criança infeliz, com problemas para lidar com as próprias tarefas e dona de um diagnóstico cada vez mais comum: o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). Ao lado da conhecida dislexia (dificuldade na leitura e escrita), o TDAH é um dos principais transtornos ligados à aprendizagem. Presente em cerca de 5% da população, a doença é baseada em três itens principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade, e costuma ser mais evidente em meninos do que meninas, alerta a psicóloga Cleide Partel:
— Os meninos enquanto crianças são mais percebidos, já que as meninas são as mais quietinhas e podem passar despercebidas pelos professores. Na idade adulta, no entanto, a proporção é de um homem diagnosticado para cada mulher.
Semelhante à anfetamina, ritalina é prescrita sem critério, diz especialista
A dificuldade, conta a especialista, surge de atividades demandadas pela escola. Quando a criança está lendo um livro, por exemplo, consegue chegar ao final da página, mas não lembra o que leu e sempre tem de voltar ao início. Além disso, como não suporta tédio ou tarefas burocráticas e sem criatividade, quem sofre de TDAH foca a atenção somente quando gosta do assunto ou quando é desafiado. Assim, para as matérias que não tem tanto interesse terá de fazer um esforço muito maior do que os outros.
Além dos problemas na vida escolar, a vida profissional também pode acabar prejudicada, explica Cleide:
— É muito comum que seja uma pessoa extremamente impaciente e queira fazer tudo do jeito dela, no tempo dela. Então, costumam não esperar sua vez e querem impor aos outros suas próprias regras. Além disso, mal conseguem esperar o interlocutor terminar de falar e costumam agir por impulsividade, comendo e bebendo muito.
Para a pediatra Maria Aparecida Moyses, que coordena o Laboratório de Estudos sobre Aprendizagem, Desenvolvimento e Direitos do Centro de Investigações em Pediatria da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), mais do que um diagnóstico, essas características mostram que a criança vem enfrentando sérios problemas:
— São manifestações de que algo não vai bem com essa criança e que podem esconder um problema real que não está sendo diagnosticado, como a dislexia.
TDAH X dislexia
O transtorno, no entanto, não deve ser confundido com a dislexia. Enquanto o TDAH se refere ao comportamento e tarefas executivas, a dislexia tem relação com a capacidade de leitura e escrita que interfere diretamente na aprendizagem. Normalmente, quem sofre com a doença, troca ou omite letras e números com frequência. Assim, explica o pediatra Dr. Saul Cypel, membro do Departamento Científico de Pediatria do Comportamento e Desenvolvimento da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a doença costuma ser diagnosticada quando a criança começa a aprender a ler e escrever:
— A dislexia é um processo de dificuldade severa do aprendizado da leitura, que só pode ser verificada com pelo menos dois anos de alfabetização.
Conferência adverte sobre uso indiscriminado de estimulantes por crianças e adolescentes
Pais que se veem diante de um filho diagnosticado com dislexia ou TDAH e que está tendo dificuldades para acompanhar o ritmo dos colegas podem se ver às voltas com a seguinte dúvida: é preciso uma escola especial para meu filho? Especialistas, no entanto, são categóricos ao dizer que a resposta é “não”. Eles ressaltam que a maior parte das escolas tem condições de trabalhar em conjunto com os pais e o médico que trata da criança para encontrar soluções às dificuldades cotidianas.
Sem contar que uma escola especial, ressalta Cleide, pode trazer estigmas e fazer com que a criança comece a ser vista como diferente.
Identificação
Diferentemente de muitas doenças neurológicas, o TDAH conta apenas com um questionário de 18 perguntas recomendado pela Associação Americana de Psiquiatria para ser diagnosticado. Para saber se a criança tem TDAH é preciso que os pais fiquem atentos aos seguintes pontos: se seu filho está atrapalhando a aula, se vai mal na escola, se sempre desafia ou enfrenta mais velhos e autoridades, se é uma criança difícil de lidar. Nos adultos, pode haver dificuldade de concentração em palestras, aulas ou leitura, desatenção, relutância em iniciar tarefas que exigem longo esforço mental, problemas com organização, planejamento ou mesmo memória a curto prazo (marcada pela perda ou esquecimento de objetos, nomes, prazos, datas). Além disso, pode vir associado a outras doenças como depressão, transtorno de ansiedade ou distúrbio alimentar.
Uma vez confirmada a existência da doença, no entanto, é importante recorrer a um tratamento multidisciplinar, assessorado por médicos, psicoterapia, orientação aos pais e professores. Quando há necessidade do uso de medicamento — em geral o metilfenidato, comercializado sob o nome de Ritalina —, este deve ser prescrito com bastante critério. O medicamento, alerta Maria Aparecida, é cada vez mais vendido no Brasil, que é atualmente é o segundo maior consumidor do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos:
— A ritalina age como a anfetamina e a cocaína, aumentando a dopamina (neurotransmissor do prazer) nas sinapses e diminuindo a sensibilidade.
Além disso, quando mal administrado, o remédio pode causar alucinação, depressão, convulsão, insônia, confusão mental, levar à perda de peso e atrapalhar o crescimento. A própria bula do remédio indica que ele não deve ser utilizado em crianças menores de seis anos.
Brasil é o segundo maior consumidor mundial de remédio para déficit de atenção e hiperatividade
O pediatra Dr. Cypel ressalta que o medicamento é uma opção muito criteriosa e eventual, mas que não isenta os pais de rever o processo de desenvolvimento e educação do filho.
— Os pais têm de entender que não podem fazer todos os desejos da criança. Além disso, precisam estimulá-las a conviver com frustrações e mostrar que elas têm tarefas, assim como rotina e horários.
Mas atenção: tentar impor uma lista de cobranças à criança pode apenas agravar a doença. Os pais, de acordo com Cleide, devem aprender a não criticar sempre a criança por seus erros e passar a ressaltar com mais frequência os acertos.
— Do contrário, a criança perceberá que recebe muita atenção dos pais quando faz coisas inadequadas, e isso fará seu comportamento ficar pior.
Fonte:http://noticias.r7.com/saude/tdah-saiba-identificar-se-seu-filho-sofre-dessa-doenca-23102012

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

DESCOBRINDO TALENTOS




"O meu filho não obedece". "Esta menina não pára quieta". "Ele não ouve o que eu falo, está sempre voando". "A professora disse que ele não sabe matemática". "Ela não faz nada bem.

E a criança é levada ao psicólogo. E os pais querem saber como resolver o problema do filho, como fazer com que a filha melhore, qual é a mágica que mudará a forma de seu filho ou filha se comportar.

Não há mágica. O comportamento de cada um é influenciado por uma série de fatores genéticos, sociais, ambientais, para que aconteça de uma forma e não de outra. Mas, em se tratando de crianças, uma das perguntas fundamentais a serem feitas para os pais é: o que o seu filho faz bem? Qual o seu talento?

Quando uma família traz uma criança para a terapia, ela normalmente só consegue enxergar problemas pela frente. É por isso que a criança está lá. Neste momento, os pais tem dificuldades de perceber que aquela criança é mais do que o seu comportamento-problema. Ela é uma pessoa que apresenta diversos comportamentos, alguns problemáticos e outros saudáveis e é possível que a ênfase que a família está dando para alguns comportamentos seja responsável por eles existirem mais que outros.

Não é simples mudar. Mas, há formas de se amenizar os problemas ou, pelo menos, há caminhos para se começar a organizar uma nova forma da criança se comportar. E um destes caminhos é, com certeza, a busca de talentos.

Todo mundo, absolutamente todo mundo, pode aprender a fazer algo e fazer este algo muito bem. É uma questão de predisposições genéticas associadas ao exercício – prática – daquela atividade. Fazer algo bem traz reconhecimento, prazer e motiva a pessoa a fazer aquilo novamente. Tendemos a repetir o que nos faz bem.

Por isso, para se começar a cuidar de um problema de comportamento é importante se olhar para outros aspectos da vida da criança. Perceber como aquela menina que é péssima em geografia pode ser excelente imitadora e incentivá-la em atividades que exijam esta habilidade pode ser muito melhor do que colocar a criança na professora particular alegando quantas dificuldades ela tem na escola. Identificar que um garoto não é bom de esportes, mas é excelente em atividades artísticas pode ajudar os pais a mudarem o olhar, levando-os a incentivar características, comportamentos de seu filho, que poderão torná-lo muito mais feliz do que fazendo o que todo mundo faz ou o que a maioria das pessoas faz.

Não se trata de ignorar as dificuldades da criança e nem de não se arranjar formas diretas de ajudá-la a superá-las. Mas, quando uma criança encontra algo que faz bem ou algo que lhe motiva, ela tem condições de aprender a desenvolver novas habilidades - muitas delas necessárias também para a execução das atividades em que apresentava um desempenho ruim . Além disso, pode desenvolver comportamentos que lhe darão confiança de que é capaz, de que pode ter sucesso em algo.

A ênfase em competências é uma forma muito mais eficiente para ajudar uma criança que a valorização de erros ou fracassos. Perceber-se talentoso em algo pode ser uma das mágicas para tornar a vida de uma criança mais feliz, motivando-a a aprender e a seguir em frente na superação de novos desafios e obstáculos.


Dra. Lygia T. Dorigon

(Psicóloga, CRP 06/84744)

É psicóloga, analista do comportamento, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Cursou especialização em clínica analítico-comportamental no Núcleo Paradigma. É mestre em Psicologia Experimental: análise do comportamento, também pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com trabalho na área de histórias e fundamentos epistemológicos e conceituais da análise do comportamento.
Tem experiência profissional no atendimento de crianças, adolescentes e adultos. Atua como supervisora de equipes de intervenção e de terapeutas. É psicóloga da clínica Medicina do Comportamento, sob a direção da Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva.


E-mail: saopaulo@medicinadocomportamento.com.br
Fonte:http://www.medicinadocomportamento.com.br/textos_temaslivres45.php

sábado, 22 de setembro de 2012

PL sobre o tratamento e diagnóstico da dislexia e TDAH

Ter, 04 de Outubro de 2011 00:00









Mara Gabrilli tenta negociar com Governo para que PL retorne à pauta da Comissão de Educação e Cultura. Leia nota de esclarecimento da deputada.

Integrante da Comissão de Educação e Cultura e relatora do projeto de lei 7.081 de 2010, que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento do TDAH e da dislexia, a Deputada Federal Mara Gabrilli tenta negociar com o Governo, através dos Ministérios as Saúde e da Educação, para que PL possa ser votado pela Comissão pertinente. Leia abaixo o parecer da parlamentar.

"O Projeto de Lei 7.081 de 2010, que trata do diagnóstico precoce, tratamento e atendimento educacional especializado para jovens e crianças com dislexia e TDAH, não foi vetado. Para ser vetado, ele teria que já ter sido aprovado na Câmara e no Senado e, ai, seguiria para sanção da Dilma ou veto da Dilma. O Governo, através dos Ministérios da Saúde e da Educação, vem se manifestado contrário ao projeto, mas isso não significa seu veto.
O relatório foi apresentado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, votando pela aprovação do Substitutivo da Comissão de Seguridade Social e Família, apresentado pela Deputada Rita Camata. Vale dizer que sou favorável ao Projeto como ele está.
Na data da apresentação do relatório o deputado da base governista, Nazareno Fontelles, pediu vistas e posteiormente apresentou um voto em separado, pela rejeição do projeto. O voto do Deputado Nazareno acata os argumentos do Conselho Federal de Psicologia, que é contrário ao Projeto por acreditar, entre outros argumentos, que a dislexia e o TDAH não existem, que o projeto de Lei é fruto indireto do lobby da indústria farmaceutica e que o projeto seria um indutor da medicalização de crianças.
Certamente um fator central para o posicionamento do Deputado Nazareno (explicitado em sua fala já na semana em que a Mara apresentou seu voto) é o fato de o Projeto de Lei prever a constituição de equipes multifuncionais e outras medidas que implicariam gastos para o Poder Público. Em seu voto em separado, entretanto, não se faz referência a essas questões.
Fizemos na última semana uma reunião com representantes dos Conselhos Federais de Psicologia e de Fonoaudiologia (este último favorável ao projeto), representantes dos Ministérios da Educação e da Saúde, além dos gabinetes do Deputado Nazareno Fontelles e Waldir Maranhão.
Na reunião identificou-se alguns problemas na redação do Projeto que de fato deverão ser corrigidas, bem como alguns obstáculos conceituais que parecem ser um problema para a adesão do Governo ao projeto. Esses obstáculos podem ser transponíveis. Para tanto, estabelecemos que os dois ministérios (MEC e Saúde) irão trabalhar o texto do projeto, para apresentar suas propostas de alteração.
Neste momento estamos aguardando esse retorno dos Ministérios. Isso poderá demorar algumas semanas (talvez mais de um mês). A partir da manifestação dos dois Ministérios deveremos analisar se é possível equacionar suas demandas ao texto do Projeto, na forma de um novo Substitutivo, ou se simplesmente não há espaço para construção de um novo texto que agrade a todos. Neste último caso o projeto deverá ir a votação na Comissão da maneira como está (apenas com aquelas correções necessárias já identificadas) donde será aprovado ou rejeitado.
De toda forma, é provável que para se discutir o MÉRITO do projeto (a existência ou não dos distúrbios que ele identifica e a abordagem que ele oferece) ocorrá uma Audiência Pública da Comissão de Educação. Ainda não há qualquer previsão para quando essa audiência poderá ocorrer.
De toda forma, eu, como relatora do projeto na Comissão de Educação e Cultura - não pretende desconfigurar o projeto com alterações no texto que o torne inócuo.

Apenas após as negociações com o Governo é que o projeto retornará para a pauta da Comissão de Educação e Cultura, oportunidade em que será deliberado pela aprovação ou rejeição".
Mara Gabrilli
Deputada Federal PSDB/SP


Importante:

É indispensável que a sociedade civil organizada envie emails aos Srs. e Sras. deputados membros da Comissão de Educação, pedindo a aprovação nos termos do voto da deputada Mara Gabrilli, e contrariamente ao voto do Deputado Nazareno.

A lista dos membros está disponível aqui
Você também pode conferir a redação do projeto e acompanhar sua tramitação, clique aqui

Deputada Mara protocola Relatório de PL e participa de Congresso Internacional e IV Encuentro Latinoamericano del TDAH no Rio de Janeiro
A deputada Mara Gabrilli marcou presença no V Congresso Internacional da ABDA e IV Encuentro Latinoamericano del TDAH que aconteceram juntos nos dias 4 e 5 de agosto, no Rio de Janeiro. No evento organizado pela Associação Brasileira de Déficit de Atenção, em parceria com a Liga Latinoamericana del TDAH, a deputada falou de seu envolvimento com a melhoria da educação e sobre o relatório que apresentou, em 3 de agosto, sobre o PL que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento da dislexia e do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade na educação básica.
"As pessoas que têm uma deficiência lêem de forma diferente, se comunicam de forma diferente, andam de forma diferente. Essa é a riqueza da diferença que pode ser transformada em potencialidade e em habilidades", afirmou a deputada Mara Gabrilli. “O TDAH por não ser visível como é a minha deficiência pode ser extremamente excludente. Além disso, temos ampla legislação que garante os direitos das pessoas com deficiência, mas as crianças e jovens com TDAH ou dislexia ficam mais desamparadas.”

“A Educação é, entre todas as políticas públicas de inclusão social, a que tem maior poder de transformação e garante avanço do desenvolvimento humano, social e econômico da sociedade”, afirmou Mara Gabrilli. “Por isso, instituir uma política de atenção ao TDAH e a dislexia nas escolas é fundamental já que o diagnóstico precoce permite uma maior integração com colegas e professores.”

O Relatório da deputada para o PL 7.081 de 2010, que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento da dislexia e do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade na educação básica, contou com a colaboração de consultores da Câmara, especialistas e representantes de entidades interessadas, como a ABDA. “Equipes multidisciplinares composta por psicólogos, psicopedagogos, médicos e fonoaudiólogos farão o diagnóstico. Queremos que as escolas assegurem aos alunos com dislexia e TDAH acesso aos recursos didáticos adequados ao desenvolvimento de sua aprendizagem. Ao mesmo tempo, queremos garantir o apoio aos professores capacitando-os sobre como identificar e abordar nas aulas os alunos que tenham os distúrbios”, explicou Mara Gabrilli.

Acompanhe aqui

O fórum TDAH, Legislação e Inclusão, que teve o intuito de debater leis específicas para inclusão que assegurem os direitos dos portadores de TDAH, foi moderado pela Presidente da ABDA, Iane Kestelman, e contou com a presença, além da deputada Mara Gabrilli, do deputado federal Dr. Aluízio, do desembargador Antonio Carlos Malheiros, Coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo, e do presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva. O Congresso teve como tema “TDAH um compromisso de todos” e reuniu palestrantes nacionais e internacionais nos mais variados temas para médicos, psicólogos, profissionais de educação e saúde e portadores de TDAH e seus familiares.
Fonte:http://maragabrilli.com.br/federal/destaque/1390-tdah-e-dislexia