segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mãe Furiosa - Luciani Cordeiro



Venho por meio desta esclarecer, que Sim, ando furiosa. Saber hoje que meu filho é TDAH ( transtorno de déficit de atenção e hiperatividade ), e saber que, por isso : "Um grande n.º de outras dificuldades a longo prazo tem sido associadas com relações negativas com seus pares na Infância, incluindo um maior risco de desenvolvimento de uma condição comórbida ( ex. : depressão, ansiedade ), abuso de substâncias, comportamento delinquente ou criminoso, e instabilidade no trabalho. Resumindo, as crianças com TDAH que também apresentam desadaptação social,

quando comparadas com outras crianças com TDAH que não são rejeitadas pelos seus pares, carregam um fardo psicológico maior, que as predispõe a dificuldades em várias áreas através da idade adulta ( e durante toda a vida )”.

A partir disso, começa a correria!! Psicóloga, neurologista, exames, dificuldade em lidar com os efeitos colaterais da medicação, aulas de reforço escolar, ufa!! E ouvir, do colégio onde seu filho estuda que você "tem que dar um jeito nele", e "não queremos mães mal educadas neste colégio", etc. , me leva a seguinte pergunta: uma mãe pode ficar furiosa por se sentir abandonada e saber que seu filho, muito amado, inteligente, só que "meio atrapalhado", tem que ficar trocando de colégio para ver quem o aguenta ?

Por que todas as mães de crianças TDAH passam por isso? Por que, quando eu ainda não contestava o colégio, nunca fui "convidada" a levar meu filho pra outra instituição, mesmo ele não se adaptando ao colégio ? E agora, após o diagnóstico de TDAH, no primeiro problema, fazem de tudo para que eu tire o meu filho do colégio, inclusive com ataques pessoais ? Sobre o parágrafo acima, gostaria de entender: por que, quando eu ia ao colégio, todos os funcionários sabiam quem era meu filho, não pelo ruivo do seu cabelo, mas sim, por ser desastrado, etc, e ficavam comentando nas minhas costas? Por que viviam os professores reclamando e nenhuma boa alma me apareceu para dizer que seria boa a ajuda de um psicólogo ? Por que, das várias vezes que conversei com a coordenadora Margareth sobre levar o Felipe ao psicólogo ou se ela não achava que ele tinha algum problema, simplesmente me dizia: ora mãe, não é para tanto! Basta ser mais firme! _ E eu dizia: Mais??? Como??? Passei 12 anos tentando descobrir o problema e muitos profissionais ( de escolas ) diziam que “quando ele crescer vai amadurecer”... Ok, eu já sei, que muitos profissionais estão despreparados, etc, mas... Não haverá aí também uma acomodação desses profissionais em fórmulas antigas, ultrapassadas, etc? Mas aí apareceram as crianças com problemas... Os arcaicos, podem dizer: Maldita inclusão!!!! ( E eu digo: Bendita seja!!! )

Antigamente a população era menor, as pessoas tinham pouco acesso à informação e a vida era mais fácil ... assim dizem... Já sei que, segundo todos os que conhecem bem esse transtorno, o problema sempre é da criança e dos pais. Todos estes profissionais lamentam o fato de nós, pais e os portadores de TDAH, passarmos por isso. Não estou me fazendo de vítima, ao contrário. O que eu gostaria de saber é: e quando alguém é vítima de um TDAH, o que dizer à vítima? Sim, sou uma mãe furiosa.

Além de mãe furiosa, agora sou também, a secretária que cuida da agenda do meu filho: aulas de judô, aulas particulares de inglês, aulas de reforço de matemática, química, física e português. Minha grande alegria deste ano foi conseguir uma professora de português que se comprometeu em não só dar aulas de reforço para a matéria deste ano, mas também, ajudá-lo a “sair do atraso” de vários anos nesta matéria. Quem for MÃE que me atire a primeira pedra. Mas somente aquelas que forem mães. Às demais, fica somente a minha fúria.

Deus me deu o privilégio da maternidade. Tenho 3 filhos, somente um TDAH. Segundo o Dr. Jobair Ubiratan Aurélio da Silva, neurologista do meu filho, Deus escolhe bem as mães de filhos TDAH. Me sinto uma privilegiada em ter um filho assim. Depois dele, comecei a aprender sobre a hipocrisia, o descaso, o “tudo de ruim”, mas também, o melhor dos seres humanos.

Às que são mães, mas de filhos “que não dão nenhum problema”, digo-vos: tenho duas filhas que são deste tipo, e é como brincar de boneca... Uma alegria só!! Elogios....muitos!!! Professores as adoram, tem muitos amigos, aprendem tudo rapidinho...hummmmmmm, uma delícia!! Mas... e quando o filho apresenta um problema? Claro, a culpa é da mãe!! Mimam demais, não dão disciplina, etc, etc... Um inferno!! Mas... e quando não mimam e dão disciplina?? Claro, não estão fazendo seu trabalho direito!! E quando a criança é TDAH ? .... hum...perguntinha difícil, já que hoje em dia já não se pode dizer que isso é uma invenção dos pais pra não educarem seus filhos... (CID 10: F90.0 ).

TDAH , apesar de nos cobrar doses enormes de paciência, não é um “bicho de 7 cabeças”. Mas, se pensarmos que parecemos “bichos de 7 cabeças” para essas crianças, a coisa muda. Segundo todos os especialistas que lidam com portadores deste transtorno, SIM, eu tenho todo o direito de estar furiosa!!! EXIJO que os profissionais da educação se enterem do que é TDAH, para saber como lidar com ele, para que assim, deixemos de ser “bichos de 7 cabeças”. Agora que todos já sabem quem eu sou, pelo meu “comportamento” na escola, digo que era essa mesma a minha intenção: SER COMENTADA.

Além de mãe furiosa, não sou conhecida por ser super protetora, muito pelo contrário: sou uma mãe, tia, prima, irmã, filha, sobrinha, neta, bisneta, cunhada e vizinha que não gosta de bate- boca. Isso mesmo! Me chamam de obstinada (nem sempre sendo como um elogio), aquela que resolve as situações quando os demais envolvidos também anseiam por ela. A família do meu marido é bastante numerosa (são 10 irmãos). Não havia muito diálogo entre eles, mas sim, muitas reclamações. Hoje, o Natal, e muitas datas comemorativas, acontecem na minha casa. Detalhe: é uma família japonesa. Por incrível que pareça, não há intrigas, disputas, mas há sim, muito carinho entre os cunhados/cunhadas e aproveitamos nosso tempo juntos, para brindar à vida, pelo prazer que nos dá em nos reunirmos, fazermos parte da vida uns dos outros, fazendo aquilo que Jesus nos ensinou: Amarmos uns aos outros. Sabe quem tem o mérito por isso? TODOS nós. TRABALHO DE EQUIPE. SENSO DO DEVER . A consciência de sermos o exemplo maior dos nossos filhos.

Toda linda história de amor nem sempre tem um lindo começo. Depende dos corações que batem dentro de nós. Eu tento sempre sentir “onde aperta o sapato “ no outro. Quando não consigo, através de uma simples tentativa, tento entrar dentro do ser que me pede ajuda, para entendê-lo. Acredito piamente que essa é a única estrada a seguir. Entender o outro não quer dizer fazer o que o outro quer, mas sim, buscar um consenso. Espero que entendam “onde o sapato me aperta” com esse “desabafo”. Já que me está proibido pela diretora falar com quem quer que seja deste colégio (ela disse que é dona desta instituição e eu só posso resolver (...) com ela ... ). Sem comentários. NÃO estou furiosa por meu filho ter ficado de recuperação _ que fique bem claro. Eu mesma já discuti com uma professora de geografia, 2 anos antes, por NÂO o ter deixado de recuperação. A minha preocupação é com o ser humano que estou preparando “pro mundo”. Que o repitam, o coloquem de recuperação, pouco me importa. Me preocupa sim, e muito, em torná-lo em um “Homem de Bem” (pareço minha avó, desse jeito..rs). Com a ajuda de Deus, conseguirei, sabendo que : “Uma andorinha só não faz verão”. E quem for MÃE, que me atire a primeira pedra!

Por Luciani Cordeiro, Mãe de Felipe Quevedo. Colégio Mary Ward _ Tatuapé _ São Paulo

Fonte:http://www.tdahi.com.br/index.php/depoimentos/51-depoimentos/112-mae-furiosa-luciani-cordeiro.html

domingo, 29 de agosto de 2010

Projeto de lei Joaquim Haickel beneficia estudantes do Maranhão


02/03/2010 - 15h56
Waldirene Oliveira
Agência Assembleia

O deputado Joaquim Haickel (PMDB) deu entrada nesta terça-feira (2) em um projeto de lei na Assembleia Legislativa que dispõe sobre medidas para identificação e tratamento de dislexia na rede estadual de ensino. A proposta tem o objetivo de detectar precocemente o distúrbio para garantir o devido acompanhamento dos estudantes.


Pelo projeto, fica assegurada a realização de exames nos alunos matriculados no primeiro ano do ensino fundamental ou de qualquer série admitidos por transferência de outras escolas que não pertençam à rede pública estadual. “Apresentar esse projeto é até bastante prosaico. Eu sofro de uma das sem número de formas da dislexia, o que muitos pais e professores da minha época e antes da minha época achavam que era desatenção”, justificou o deputado, acrescentando que depois esse problema passou a ser uma síndrome, um distúrbio na infância.


Joaquim Haickel declarou ainda que a dislexia é uma dificuldade por vários motivos, da leitura, da escrita ou do entendimento do que foi dito, o que dificulta muito a vida dos jovens que são acometidos desse distúrbio. “Volto mais uma vez aqui a discorrer sobre um assunto que possivelmente será vetado pelo Governo do Estado. Volto mais uma vez, antecipadamente, a pedir aos meus pares que, em caso de veto, o governo do Estado mande um substitutivo, incluindo o disposto dessa lei, para que nós possamos votar aqui”, sugeriu ele.


O deputado acrescentou ainda que a Assembleia derrube o veto do Executivo se a proposta do projeto não for mantida, por considerar que o Poder Legislativo não pode ficar imobilizado no sentido de não poder propor melhorias de vida aos cidadãos. “Confio na sensibilidade do governo e gostaria também de contar com o apoio dos demais deputados”, concluiu.
Fonte:http://www.al.ma.gov.br/noticias.php?codigo1=17186

Jura propõe programa para detectar e tratar distúrbios de aprendizagem



O deputado Jura Filho (PMDB) protocolou projeto de lei na Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, dispondo sobre a identificação e tratamento de distúrbios de aprendizagem na rede oficial de educação pública do Maranhão. A proposta será apreciada nas comissões técnicas e depois será votada em plenário.
Pelo projeto, o poder Executivo fica autorizado a implantar programas de identificação e tratamento de distúrbios de aprendizagem na rede oficial da educação pública estadual, objetivando a detecção precoce e acompanhamento dos estudantes portadores de dislexia (dificuldade para compreender a leitura, apresentada por pessoa que anteriormente sabia ler), disgrafia (perturbação da escrita por distúrbios neurológicos), discalculia, hiperatividade, déficit de aprendizagem e de outros transtornos da aprendizagem.
A proposta de Jura Filho abrange os alunos matriculados na primeira série do ensino fundamental e outros, de qualquer série, admitidos por transferência de outras escolas que não componham a rede pública estadual de ensino.
O poder Executivo poderá promover cursos de capacitação permanente do corpo docente e dos demais profissionais de ensino, para lhes oferecer maiores condições de identificação dos distúrbios da aprendizagem.
De acordo com o projeto, o governo do Estado poderá formular diretrizes para identificação e tratamento de distúrbios de aprendizagem em alunos da rede oficial da educação pública estadual.
O projeto do parlamentar do PMDB diz, também, que o Executivo poderá criar equipes multidisciplinares, compostas por profissionais necessários à perfeita execução do trabalho de prevenção e tratamento dos transtornos de aprendizagem na rede oficial de ensino.
Cláudio Brito
Agência Assembléia
Fonte: http://www.al.ma.gov.br/noticias.php?codigo1=14670

sábado, 28 de agosto de 2010

Orlando Bloom faz palestra sobre dislexia Ator decidiu falar de sua experiência com o distúrbio para ajudar crianças e adolescentes


Orlando Bloom decidiu falar sobre sua experiência
como portador de dislexia em uma palestra gratuita em Nova York, de acordo com o site "Female First".

O ator de "Piratas do Caribe", de 33 anos, aprendeu a superar as dificuldades da prendizagem desde a infância e ganhou uma bolsa de estudos no British American Drama Academy, antes de ir estudar teatro na Escola de teatro Guildhall, em Londres.

Ele, que namora a modelo Mirada Kerr, irá compartilhar suas experiências sobre a doença com o público em um debate com o Dr. Harold S. Koplewicz, dia 2 de junho, no Centro de Estudos da Criança, da Universidade Rockefeller.

A palestra, intitulada "Dislexia e Criatividade: Dois lados da mesma moeda", tem o objetivo de sensibilizar educadores, profissionais de saúde mental e os pais de crianças portadoras da doença.

Link da Revista Quem Online http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI142839-9531,00-ORLANDO+BLOOM+FAZ+PALESTRA+SOBRE+DISLEXIA.html

Como prestar atenção?






Como acompanhar os demais da turma? Como não se sentir o diferente da classe?

Tem muita criança que se faz essas perguntas. E o pior, não acha nenhuma resposta. Pensando nelas que a Novartis, em parceria com a ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção), criou o Atenção Professor, um programa de atualização em TDAH* voltado aos professores. A ideia é ajudar educadores a conhecer e a lidar melhor com o assunto. Funciona assim: através do Concurso Atenção Professor as escolas devem inscrever projetos de inclusão de alunos com TDAH ou projetos de inclusão de alunos com dificuldade de aprendizagem, mas que também possam ser aplicados para a esfera de TDAH.

Dessa forma, sua escola pode desenvolver iniciativas que fazem a diferença, trocar experiências e colaborar com a qualidade de vida de quem mais precisa da nossa atenção. Afinal, apontar o problema é fácil. Difícil é mostrar respostas. Inscreva o seu projeto e mostre as suas. *Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
Professor, as inscrições do concurso foram prorrogadas.

Agora, você e a sua escola têm até o dia 30 de agosto para participarem ativamente desta iniciativa e enviarem seus projetos para a inclusão de alunos com TDAH.

Como funciona?
. É um concurso entre escolas de todo o país, públicas e particulares.
. Cada uma inscreve seus projetos apresentando o resultado de suas experiências.
. As instituições são selecionadas com as melhores propostas em cada uma das três categorias participantes, sendo elas, 1 a 4ª série, 5 a 9ª série e Ensino Médio.
. Além de prêmios, as instituições serão reconhecidas por fazer a diferença na inclusão de alunos com TDAH.

Visite o site www.atencaoprofessor.com.br e inscreva seu projeto.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

CONGRESSO TDAH - RJ




O IV Consenso Latinoamericano del TDAH, que acontecerá nos dias 2 e 3 de agosto de 2011 também no Sheraton Rio Hotel & Resort, será um encontro restrito a profissionais que fazem parte dos grupos de trabalho da Liga Latinoamericana del TDAH que engloba membros de todos os países da América Latina.
http://www.tdahlatinoamerica.org/

sábado, 21 de agosto de 2010

Projeto prevê tratamento de dislexia e TDAH para estudantes


Proposta também prevê oferta de cursos específicos para professores sobre o diagnóstico e o tratamento dessas disfunções.






Tramita na Câmara o Projeto de Lei 7081/10, do senador Gerson Camata (PMDB-ES), que obriga o poder público a manter programa de diagnóstico e tratamento de dislexia e de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) para estudantes do ensino básico.
Conforme o projeto, as escolas devem assegurar às crianças com esses distúrbios o acesso aos recursos didáticos adequados ao desenvolvimento da aprendizagem. A proposta prevê também que os sistemas de ensino deverão oferecer aos professores cursos específicos sobre o diagnóstico e o tratamento dessas disfunções.
O diagnóstico e o tratamento devem ocorrer por meio de equipe multidisciplinar, da qual participarão, entre outros, educadores, psicólogos, psicopedagogos, médicos e fonoaudiólogos.
Camata afirma que a criança com dislexia, devido às suas dificuldades de acompanhar o processo de aprendizagem dos demais alunos, tende a sentir-se frustrada e, pelo menos uma parte delas, pode desenvolver problemas emocionais e comportamentos antissociais, como excessiva agressividade ou retraimento. Daí a importância do diagnóstico ("muitas vezes difícil e demorado") e do tratamento.
Tramitação
O projeto, que tramita em regime de prioridadeDispensa das exigências regimentais para que determinada proposição seja incluída na Ordem do Dia da sessão seguinte, logo após as que tramitam em regime de urgência e em caráter conclusivoRito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: - se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); - se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total). Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário., será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Reportagem: Luiz Claudio Pinheiro
Edição: Murilo Souza/28/04/2010 11:11

Fonte:http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/147140-PROJETO-PREVE-TRATAMENTO-DE-DISLEXIA-E-TDAH-PARA-ESTUDANTES.html

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Inclusão que Exclui





Inclusão é a palavra que impera, falamos da inclusão social, da inclusão de pessoas com deficiência, e eu como mãe de uma criança especial, venho falar sobre o sentimento de exclusão que sinto constantemente neste mundo de exigências e expectativas depositadas sob nossos pequenos. Ouço a discussão de mães sobre a necessidade de seus filhos falarem outro idioma o mais cedo possível, já na educação infantil, e eu sonhando com o dia que o meu filho simplesmente fale a nossa língua, comunique verbalmente o que quer e o que sente. Outras mães reclamam do tempo que seus filhos permanecem em frente ao computador, e eu gostaria que o meu menino se interessa-se de maneira espontânea por esta ferramenta que facilitaria seu aprendizado. Algumas mães, ainda, lamentam que seus filhos estão crescendo, cada vez mais independentes, não parando mais em casa, com preocupações que englobam apenas amigos e festas. Ah, se eu pudesse ter esta certeza de que meu filho terá a autonomia necessária para uma vida independente, que frequentará festas e fará amigos. E a conversa sobre a escolha da carreira dos pequeninos, suas grandes aptidões e interesses já manifestados precocemente...

Sinto-me uma extraterrestre, com desejos tão simplórios e um cotidiano tão comum. Sei que devo participar das festas da escola, mas o que fazer se no Dia das Mães, as crianças estarão organizadamente dispostas no ginásio para cantar, e meu filho não terá participado dos ensaios, pois, certamente não ficaria em um lugar marcado e, obviamente, não cantaria as palavras esperadas. Poderia, no entanto, pular e dançar, vocalizando alegremente o que brota de suas cordas vocais, mas esta forma de participação nunca é planejada, pois, como é comumente dito, isto seria expor a criança. Mas, a inclusão não pressupõe a exposição da pessoa com deficiência, sem rejeição.

Sinto-me excluída deste mundo dito normal, e faço uma enorme força para proporcionar ao meu filho experiências sociais comum a todas as pessoas. O levo ao cinema, mesmo que tenha que sentar no canto de uma fileira, e o deixá-lo livre para ficar de pé sobre a cadeira ou pulando no chão. Ele se diverte, o filme é infantil, mas as crianças devem se comportar bem, o que significa ficar sentadas e quietas, e muitas mães olham com reprovação o comportamento dele. Me refugio em ambientes nos quais ele já conquistou os funcionários e donos, como restaurantes e padarias, em que graças à pessoas iluminadas, ele é tratado de maneira carinhosa e respeitosa, e desta forma, sinto-me um pouco incluída na vida dos normais.

Não sei se meu sentimento de exclusão encontra eco no coração de outras mães de crianças especiais, mas a verdade é que cada parque é uma ilha e cada passeio uma aventura cheia de emoções e incertezas.

Silvia Sperling
QUINTA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 2010
Fonte:
http://autismo-umavidaempoucaspalavras.blogspot.com/2010/08/inclusao-que-exclui.html

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DISCUTINDO O TDAH NA ESCOLA


Hoje abrimos aqui mais um momento de reflexão ao discutir o TDAH. A escola é um lugar de interação, de inserção social, cultural e política mas, principalmente, assumi o papel de segundo lar, uma vez que, as crianças e adolescentes, muitas vezes, passam tanto tempo nela quanto em casa.
Mas será que a escola está preparada para receber a todos? Para fazer com que todos se sintam em "casa"? Infelizmente não.
Muitas escolas acabam, ainda hoje, criando uma segregação, uma diferenciação, uma barreira ao processo de ensino-aprendizagem quando se trata de alunos que apresentam problemas na aprendizagem.
Obviamente que é muito mais cômodo trabalhar com aquele aluno que não apresenta problemas para aprender, tira boas notas; comporta-se adequadamente em sala de aula do que aceitar o desafio de inserir o chamado "aluno problema" no mesmo contexto dos demais.
Deste modo, podemos perceber que o que falta mesmo é maior conhecimento por parte dos profissionais da educação sobre o defict de atenção, maior investimento em capacitação e uma discussão mais ampliada sobre a inclusão.
É importante ressaltar que educação é para todos e a escola tem a obrigação de oferta conhecimento.
Por Isabel Canêdo e Lívia Vasconcelos

Como avaliar a aprendizagem no TDAH


Essa é uma dica para pais, professores, coordenadores e demais profissionais que convivem com o TDAH. O livro de é mais uma opção de leitura e entendimento sobre o tema. George J. Du Paul e Gary Stoner descrevem claramente a natureza do TDAH e seus efeitos sobre a aprendizagem e o comportamento de estudantes, e apresentam como:

•Identificar e avaliar crianças com TDAH e aquelas em risco
•Entender as dificuldades de aprendizagem associadas ao transtorno
•Desenvolver um plano geral de intervenção e apoio para cada aluno
•Implementar estratégias de apoio comportamental,acadêmico e social na sala de aula
•Monitorar o uso de medicamentos e colaborar de modo eficaz com os médicos
•Conduzir intervenções adjuntas, como o treinamento dos pais

Outras características especiais do livro incluem diversas ferramentas de avaliação que podem ser reproduzidas e materiais que os leitores podem copiar ou adaptar para seu próprio uso.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

E o papel da família?

Hoje vivemos em uma sociedade dinâmica, em que muitas coisas são possíveis de se resolver via internet, telefone e ,assim por diante...
Mas como criar filhos em um mundo tão globalizado, tão competitivo, principalmente, se esses filhos tiverem algum problema com a aprendizagem?
Dificuldades todos nós temos, isto já foi colocado neste blog e por muitos autores renomados, porém conviver e aceitar as dificuldades ou limitações alheias é uma outra história, mesmo que esse outro seja nosso filho.
O que pretendemos aqui é colocar a importância da motivação, da confiança, mas principalmente, do amor da família para o sucesso de quem possui o TDAH ou qualquer outro distúrbio que afete o processo de ensino-aprendizagem.
Primeiramente, é importante ressaltar que amor, motivação e confiança devem ser inteiramente dissociados de super proteção. O TDAH, a discalculia, a dislalia, dislexia, etc. não fazem do aluno o "coitadinho", o "menos inteligente". É preciso sim cobrar resultados, é preciso cobrar dedicação ao estudos, enfim, é preciso enxergar que é perfeitamente possível para esta criança ou adolescente estudar e conquistar seu espaço.
Contudo, o que não se pode fazer é esquecer que todos precisamos de afeto, de atenção e diálogo. A família é a base para o sucesso na vida de qualquer cidadão, portanto, se a criança ou adolescente sentir-se rejeitado ou menosprezado dentro de sua própria casa, em quem mais poderá confiar e pedir apoio?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tirando o estigma da preguiça

Muitos pais desesperam-se com os filhos quando recebem o boletim, pois deparam-se com um festival de notas baixas e muitas vezes são chamados pela coordenação da escola para escutarem que o filho (a) tem grande chance de repetir de ano. Mas será que é só preguiça? Será que esse aluno com baixo rendimento escolar é apenas e simplesmente desleixado?
É preciso, antes de tudo, investigar, buscar descobrir qual a razão que leva uma criança a não alcançar o desempenho esperado pela escola, pelos pais e pela sociedade antes de rotularmos.
Lembrem-se: problemas na aprendizagem podem estar muito além de um simples desinteresse e da preguiça.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ser educador é ir além de passar conteúdos, de "dar notas", de estar a frente da sala de aula. O processo de ensino-aprendizagem depende de muitos fatores que vão além dos muros da escola, pois dependem, em primeiro lugar da vontade de querer compartilhar o conhecimento e depois da disponibilidade e esforço de cada um de nós.
É através da educação que um país se desenvolve, então o que nos resta é colocarmos a mão na massa enquanto tutores do conhecimento.


E QUANDO O TDAH NÃO VEM SOZINHO?


O TDAH se caracteriza por sinas bastantes claros e repetitivos associados à desatenção, impulsividade e hiperatividade, porém, muito mais comum do que se imagina, são as comorbidades (outros distúrbios) que podem vir associados ao TDAH e que, por consequencia, dificultam seu prognóstico e também o tratamento, uma vez que, na maioria dos casos há a incidência de mais de uma comorbidade requerendo constante adptação ao tratamento.

PRINCIPAIS COMORBIDADES ASSOCIADAS AO TDAH

TDAH associada ao Transtorno Opositor-Desafiador (TOD)- acomete de 35% a 65% dos jovens, sendo mais comum nos meninos e tem como características: o desafio as ordens, enfrentamento dos pais e/ou responsáveis; vingança, sente prazer em irritar os outros.

TDAH e Transtorno de Conduta (TC)- ocorre entre 20% a 50% dos casos afetando principalmente os meninos e dizem respeito à envolvimento com armas, quebra as regras sociais, tedem a forçar relações sexuais, agressividaes até mesmo com animais.

TDAH e o Transtorno de Ansiedade (TA)- caracteriza-se pela irritabilidade excessiva, preocupação excessiva, pertubação do sono, os nervos parecem sempre à flor da pele e a tendência são questionamentos consecultivos do tipo: O que eu esqueci agora? Será que vai dar tempo?

TDAH associado ao TOC-Transtorno Obssesivo-Compulsivo- O indivíduo preocupa-se demasiadamente com limpeza e contaminação (lava as mãos várias vezes, toma vários banhos seguidos, lava a louça que vai usar mesmo que tenha sidov acabada de ser limpa); é extremamente perfeccionista; pode adquirir a mania de guardar tudo, ou seja, armazenar muitas coisas mesmo que ão sejam necessárias, pode tornar-se compulsivo por sexo, por comida, etc.

Não é incomum o portador de TDAH desenvolver traços obsessivos para lidar melhor com suas distrações, esquecimentos, impulsividades, desorganização, tornando-se meticuloso e muito crítico. Quando há pequenos traços obsessivos de perfeccionismo, estes acabam ajudando o indivíduo a ter maior disciplina, a lidar melhor com suas distrações, esquecimentos e desorganizações, embora aumente sua ansiedade e a cobrança que faz dos outros.

TDAH e Depressão- é comum a pessoa com TDAH torna-se depressiva em função de ter problemas para adptar-se a muitas situações consideradas simples para muitas pessoas.

TDAH e Tanstorno Bipolar- muitas vezes o TDAH é confundido com o transtorno bipolar ou maníaco-depressivo pelo fato de ambos causarem alterações de humor, porém o que os difere é o fato do transtorno bipolar ter momentos de excitação profunda (fase maníaca em que o indivíduo pode ficar dias sem dormir, ter mil ideias por minuto) ou depressão profunda, ou seja, no transtorno bipolar isto é muito mais intenso.

O indivíduo com TDAH pode ser cheio de energia, irriquieto, mas nada comparado ao maníaco. A depressão associada ao TDAH também não é tão profunda como no caso do Bipolar. Quando a comorbidade do Bipolar se soma ao TDAH, os sintomas maníaco depressivos tendem a se intensificar.

TDAH com Fobia Social- Não é difícil que o indivíduo com TDAH sinta-se inadequado, com medo de cometer vexame, de ser observado e criticado, então há uma tendência a desenvolver a fobia social, ou seja, um medo imenso de interações sociais, principalmente quando tem que expor-se como por exemplo, falar em público. Esse transtorno pode levá-lo a desperdiçar todo seu potencial ao esconder-se "do mundo".

Podem acontecer também fobias específicas por situações e/ou objetos: medo de elevadores, de aviões, tempestades, ferimentos, sangue, certos animais...

TDAH com Distúrbios da Aprendizagem- em alguns casos e em distintas intensidades o TDAH vem associado a dislexia, disgrafia, dislalia, discalculia, etc, o que tende a priorar o quadro do TDAH, pois a tendência será o indivíduo apresentar os chamados “brancos” com mais frequencia, principalmente porque o processamento auditivo do TDAH prejudica a compreensão do que lhe é dito, dificultando o aprendizado, a vida acadêmica e social. Dificuldade na escrita pela falta de coordenação motora e impulsividade (geralmente a letra de quem tem TDAH não é lá essas coisas!), podendo também ocorrer omissões ou substituições de palavras, falta de acentuação e pontuação adequadas. A atenção e a memória (precárias em quem tem TDAH), são fundamentais para que se adquira habilidades de compreensão e de formulação da linguagem adequada.

TDAH com Transtorno Alimentar- o TDAH pode levar a pessoa a ter transtornos alimentares, seja comendo compulsivamente como forma de controlar a inquietaçao, seja com perda significativa de apetite.
TDAH com Transtorno de Sono- normalmente a pessoa com TDAH, mesmo não tendo hiperatividade, possui grande dificuldade em relaxar e dormir e quando finalmente adormece, raramente consegue fazê-lo de maneira profunda. É comum o acordar cansado, como se quase não tivesse dormido. Alguns dormem em excesso, em função de desânimo, desmotivação e/ou depressão, o que não significa descansar bem, o que consequentemente, traz prejuizos escolar, profissional, pessoal.
Por Lívia Vasconcelos

Referências